As cidades
e os Destinos
Os poucos que já estiveram em Meteora não arriscam indicar
uma possível direção para que se chegue até ela. Meteora não é uma dessas
cidades que, por terra, logo se avista ao horizonte. É fruto do acaso. De
um encontro repentino, que jamais se esquece:
Enquanto se caminha pela floresta densa, basta um
escorregão para que os cascalhos deslizem e desviem o olhar para dentro da
profunda cratera onde se instala Meteora. Dalí, o olhar dificilmente consegue
chegar ao solo: corre por ruas suspensas no ar que se libertam do solo para tocar
a parte mais alta de seus grandes edifícios, parecendo sustenta-los como gotas
de orvalho que se equilibram em folhas longilíneas almejando tocar o chão;
vislumbra, em um dos bordos da cratera, uma grande cachoeira flutuar e pousar
lentamente por de trás de um grande templo que contempla sua chegada à base do
rio; descobre grandes lâminas de edifícios que se escoram nas linhas dos
barrancos que formam a cratera; e, finalmente, retoma a superfície onde,
timidamente, vê a estreita ponte – que liga as duas partes da floresta acima – depositar-se
sorrateiramente sobre grandes torres centrais onde transpiram os elevadores que
levam o visitante aos diferentes patamares da cidade.
Em Meteora o solo é quase
intocado, seus habitantes o contemplam e o utilizam como local sagrado. Mas
ainda há muitas incertezas e indagações sobre essa cidade e os que nela
habitam. Pouco se sabe sobre sua origem. O que dizem seus habitantes mais
antigos, é que ela é um fragmento de uma cidade que existia em um pedaço de
meteoro que colidira com a terra… que é fruto do acaso.
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