Análise e conceito
Ao analisar uma unidade tipo de habitação social, o que comumente se faz
é voltar-se o olhar apenas para sua planta, na procura de uma reorganização espacial ideal. Não obstante, o que mais me chama a atenção não é a rigidez do espaço proposto pela planta, mas sim, sua implantação: a nula relação entre a casa e o terreno. Pois penso que um projeto de habitação social, o espaço interno reduzido tem no espaço externo um “suporte espacial” qualitativo.
Planta tipo de habitação social
uso externo - circulação externa - circulação interna
Este tipo de implantação acarreta não só numa perda de relação
espacial da casa/lote como também num problema ecológico, pois como não há uma forte relação entre a casa/vivência com o do fundo do lote, este é comumente abandonado, servindo muitas vezes como lugar onde são despejados entulhos, podendo poluir o solo/meio ambiente como também trazer malefícios para a população, como doenças (dengue, por exemplo).
Na busca pela qualidade e conforto de uma habitação de dimensões reduzidas, é essencial pensar no diálogo entre o lote e a habitação, pois o reduzido espaço construído da habitação social deve buscar suporte no amplo espaço externo, relacionando-se com este, havendo, assim, uma troca espacial: o espaço externo amplia e qualifica o interno, enquanto que este intensifica a vivência no espaço externo (antes abandonado), dando melhor tratamento, qualidade e utilidade a este.
Tanto na relação dos espaços como na análise das circulações interna/externa, é possível notar um melhor aproveitamento destes espaços quando se tem uma implantação longitudinal, onde ao mesmo tempo que segue a forma do terreno (dialogando com este) há a união das circulações interna com a externa, intensificando a relação entre o espaço construído da casa com o espaço vazio do lote.
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